sábado, 5 de março de 2011

Roteiro de leitura do Texto de Johannes Hessen, Filosofia dos Valores (Aula de 6a feira)

Páginas 37 a 66

1.      Hessen define valor e mostra que as definições 1 e 2, embora defendidas por alguns pensadores, são insuficientes porque não nos dizem acerca da essência do valor, mas apenas de seus efeitos.

Definição 1: valor como vivência (psicologismo);

Definição 2: Valor como qualidade dos objetos (naturalismo);

Tanto em 1 quanto em 2 as definições dizem apenas que os valores produzem o efeito de criar ou emoção no sujeito (1) ou satisfazer suas necessidades vitais e espirituais (2).

2.      Para chegar à essência (definição 3) dos valores, distingue “juízos de existência” de “juízos de valor” (o que demanda a distinção metafísica “ser e valor”).

Juízos de existência versam sobre o “ser” dos objetos, e os de valor sobre seu “valer”;

É evidente que se os valores fizessem parte da essência dos objetos, não seria possível distinguir juízos de valor e juízos de existência, o que é absurdo.

As ciências axiológicas (disciplinas filosóficas – ética, estética e filosofia da religião) procuram saber se os valores são positivos ou negativos, julgam e apreciam seus objetos e investigam qual grau que os valores atingiram em sua realização. São intencionalmente valorativas.

3.      Mostra que os valores dependem do sujeito humano (espírito humano) - sujeito valorador - e que os valores não possuem ser independente do homem;

Os valores dependem do homem como ser social (não entender aqui o indivíduo isolado, que é uma ficção)

4.      Classifica os valores como objetos ideias e mostra que na sua definição essencial os valores possuem SER, mas não existência;

Exemplo de objetos ideias: Objetos lógicos e matemáticos. Pense nos conceitos de figuras geométricas. Conceito de círculo (altamente objetivo, não individual, possui ser, mas não existência)

5.      Agora mostra que os valores assim definidos podem ganhar existência através da ação humana;

A realização dos valores é, como o nome diz, torná-los realidade, fazê-los ganhar existência: O quadro belo pintado pelo artista, a justiça realizada pelo agente moral, a santidade praticada pelo religioso etc..

6.      Enfatiza que os valores são criados pelo espírito humano (atendem a necessidades humanas) e não são propriedades inerentes à natureza, aos objetos;

Embora só ganhem realidade ou existência através do ser, o valor não é uma propriedade intrínseca ao ser, mas um ato humano.

O brilho, a durabilidade e ductibilidade da prata são atributos existenciais deste metal, embora possam tornar-se valor quando usados nas moedas cunhadas, na prataria (utensílios de mesa), nas jóias. Mas isso, mais uma vez dito, depende do uso que dele faz o homem. Prataria, jóias e moedas são objetos sociais.

Entender os valores como propriedade inerentes ao ser pode levar a absurdos que o pensamento contemporâneo rejeita, tais como: Pensar que o ser existe para realizar os fins: Beleza e Bondade. Mas isso é confundir valor e ser, o que contemporaneamente não se faz.

  1. Conclui com 3 argumentos que reforçam a diferença entre existência e valor.
 Argumento 1: Os valores são imutáveis e permanentes, os objetos não.
Argumento 2: Os valores possuem polaridade, o ser não.
Argumento 3: Os valores possuem estrutura hierárquica, admitem graus, o ser não admite.

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